[Minicurso] Complexidade e Cotidiano: Práticas de Escrita, Hábitos de Leitura 2018.1

O Laboratório de Metodologia do IRI/PUC-Rio realizou o  minicurso Complexidade e Cotidiano: Práticas de Escrita, Hábitos de Leitura, com o professor Gustavo Naves Franco (UNIRIO) nos dias 16, 23 e 29 de março de 2018 na biblioteca do BRICs Policy Center.

O curso oferecereu uma discussão teórica e uma abordagem prática de problemas relacionados à escrita e à leitura na atividade acadêmica. Serão debatidas as condições e demandas que uma concepção moderna do conhecimento científico impõe ao trabalho de pesquisa, gerando dificuldades muitas vezes negligenciadas para as práticas de escrita e
hábitos de leitura de estudantes e pesquisadores. Comparativamente, noções alternativas de conhecimento científico serão analisadas em seu potencial de conferir à escrita e à leitura um papel terapêutico – ou seja, menos voltado para a obtenção de resultados infinitamente progressivos, e mais adequado à preservação do dinamismo vital, ao
estímulo das capacidades cognitivas e ao cultivo da sensibilidade e da criatividade dos indivíduos. Com isso, devem ser pensados métodos e técnicas capazes de fazer com que a escrita e a leitura ocupem este papel na vida cotidiana dos alunos, considerando também aspectos contextuais de sua experiência imediata, como a percepção do tempo, do espaço urbano e da circulação de informações nos meios de comunicação interconectados. A práticas de escrita e os hábitos de leitura podem então ser pensados em consonância com a posição dos indivíduos em meio às redes de complexidade nas quais se situam
cotidianamente. Trata-se de dar atenção às condições materiais, ambientais e interpessoais da escrita e da leitura na atividade acadêmica, de modo a pensá-las não apenas como meios e/ou obstáculos para a produção e divulgação do conhecimento científico, mas também como componentes centrais do processo de investigação e diálogo acadêmico. Componentes que, por um lado, requerem cuidados particulares para que suas demandas não se transformem em motivos de ansiedade, e por outro podem oferecer eles próprios alguns exercícios e cuidados necessários à saúde e à vitalidade de estudantes e
pesquisadores.

       Os aúdios das aulas estão disponíveis pelos seguintes links:

Aula 01 (16 março): aqui.

Aula 02 (23 março): aqui.

Aula 03 (29 março): aqui.


Gustavo Naves Franco é Professor Adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Diretor da Escola de Letras da UNIRIO (quadriênio 2016-2020). Ele é mestre e doutor em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e bacharel em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desenvolve pesquisas e tem artigos e ensaios publicados nas áreas de Literatura Comparada, História Literária, Teoria da História e História da Escrita e da Leitura.
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[Minicurso] Genre Foreign Bodies and Ethics of Cohabitation 2017.2

O minicurso intitulado “Genre Foreign Bodies and the Ethics of Cohabitation” foi ministrado pelo professor e pesquisador Sam Okoth Opondo (Vassar College) e aconteceu nos dias 9 e 11 de outubro no auditório do Centro de Estudos e Pesquisas do BRICS Policy Center.

Sam Okoth Opondo é Professor Assistente de Ciência Política e Estudos Africanos no Vassar College NY (EUA). A pesquisa e ensino dele focam nas dinâmicas de “mediação do estranhamento”, diplomacias amadoras da vida cotidiana, humanitarismo, estética, e a ética da coabitação nas cidades pós-coloniais do continente africano.

Ao justapor diferentes gêneros de expressão, e por meio da atenção cuidadosa às políticas da estética, as sessões se baseiam no entendimento do que Cesare Casarino chama philopoesis.  O minicurso explorou como a experimentação da vida coloca os corpos vulneráveis em uma rede de superfluidez, transformando-as em trabalho experiencial ou bio-material (corações, rins, córneas) a serem consumidos e destruídos como parte dos aparatos de sustentação da vida e administração da vida.

Finalmente, por meio de leituras de cartas fictícias e não-fictícias, explorou-se também o carácter intimo que as cartas, assim como as palavras e os mundos que elas expressam, disturbam, ou autorizam. Com as cartas e as colaborações atuando como desvios metodológicos, esboça-se a ética do encontro, a coabitação e a citação que acompanha nossa leitura das cartas e os estilos de escrita e vida que elas instigam.

Cada sessão incluiu textos teóricos e/ou ficcionais trazidos em conjunto com fragmentos que os citam, para-citam, e “parasitam” , a fim de chamar a atenção aos limites da política do gênero literário, a experimentação com diferentes formas de escrita e a ética da coabitação.

Para acessar o conteúdo do minicurso, segue o programa: Opondo PARACITATIONS Genres Foreign Bodies and Ethics of Cohabitation Rio

Para acessar os áudios do minicurso, acesse aqui.