[Minicursos] Atividades para 2017.1

O Laboratório de Metodologia do Instituto de Relações Internacionais/PUC-Rio convida aos alunxs do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais e professores do IRI a participarem dos minicursos temáticos de metodologias em Relações Internacionais do semestre 2017.1. Algumas vagas de número limitado também estão abertas para alunxs e professores de RI de outras universidades. Os minicursos são gratuitos.

Os minicursos acontecerão às segundas, terças e quartas nas semanas de 12 e 19 de junho, no auditório do Centro de Estudos e Pesquisas do BRICS, à Rua Mariana, 63, Botafogo, das 8h às 11h. A carga horária total de cada curso será, portanto, de 9 horas.

Os cursos serão ministrados por professoras convidadas, especialistas em cada área em questão. As vagas são limitadas e as inscrições devem ser realizadas nestes formulários:
http://bit.ly/2pxyChW (interno ao IRI/PUC-Rio) e
http://bit.ly/2q6Bmju (externo ao IRI/PUC-Rio).

As inscrições estarão abertas enquanto houver vagas. Em breve, o programa final de cada curso e uma pasta de leituras serão enviados a cada pessoa inscrita.

NOTAS:
1) Espera-se que xs participantes realizem as leituras dos cursos.
2) Tendo em vista o número limitado de vagas, pedimos que avisem sobre qualquer desistência.

Em caso de dúvidas, entrar em contato com o Laboratório: labmetodologia.iri@gmail.com.

Minicurso 1: Abordagens feministas interseccionais
com a professora María Elvira Diaz Benitez (Museu Nacional – UFRJ)
Datas: 12, 13 e 14 de junho de 2017
Horário: 8h às 11h

Este curso tem por interesse discutir os diversos modos como classe, raça, etnicidade, gênero e sexualidade atuam de forma articulada na conformação de diferenças, posições de sujeito e desigualdade ou privilégio social. As ideias presentes nesse modelo, mais conhecido hoje como interseccionalidade (batizado assim por Kimberlé Williams Crenshaw) não são novas e obedecem a diferentes linhas de pensamento: os estudos subalternos, o feminismo pós-colonial, o black feminism, o feminismo mestiço e o feminismo descolonial.
Por tal, este curso pretende acompanhar as origens, desenvolvimentos e debates dessa linha de pensamento que se configura como um marco analítico/teórico, metodológico e, simultaneamente, político.
Se acreditarmos nas palavras da antropóloga Mara Viveros, isto é, que sexismo, racismo, classismo e heterossexismo possuem alguns dispositivos comuns de funcionamento (a naturalização, a racialização do outro e o uso da dupla natureza/cultura), nossa proposta é examinar como essas características sociais se constroem e afetam mutuamente nas experiências além de perceber que corpos são aqueles que se produzem na articulação das diferenças. Mas, também é importante sofisticar as ferramentas metodológicas para ponderar que interseccionalidade entre gênero, raça, classe e sexualidade não se traduz
automaticamente em somatória de ordens de dominação ou em duplas (ou triplas ou quádruplas) desigualdades de modo per se. Melhor, estaríamos fazendo alusão a diversos modos de relação que em cada caso e a cada pesquisa precisam ser especificados e até mesmo separados de modo contingente.
Interessa-nos também discutir: como construir políticas abrangentes da diversidade de marcadores sociais da diferença?


María Elvira Diaz Benitez possui graduação em Antropologia - Universidad Nacional de Colombia (1998), mestrado (2005) e doutorado (2009) em Antropologia Social - Museu Nacional/UFRJ. Entre 2010 e 2013 realizou pós-doutorado no Núcleo de Estudos de Gênero PAGU, da Universidade Estadual de Campinas com bolsa FAPESP. Tem experiência na área de antropologia urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: relações étnico raciais, articulações de raça, classe e gênero, pornografia e sexualidades dissidentes. Autora do livro "Nas Redes do sexo: os bastidores do pornô brasileiro" (Zahar, 2010) e co-organizadora do Dossiê Pornôs (Cadernos Pagu, 2012). Atualmente é professora adjunta no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ), co-coordenadora do NuSEX (Núcleo de Estudos em Corpos, Gêneros e Sexualidade) da mesma instituição e diretora da Coleção Kalela de Antropologia da Papéis Selvagens Edições (www.papeisselvagens.com).

Minicurso 2: Language, (In)security and Everyday Practice
com a professora Emma Mc Cluskey (King’s College London)
Datas: 19, 20 e 21 de junho
Horário: 8h às 11h

This course brings robust perspectives on language and situated practice into the study of International Relations and Security Studies by introducing key methods and approaches from Linguistic Ethnography. The course would be taught by a mixture of empirical data sessions, analysed using sociolinguistic lenses such as micro-discourse analysis and interpretative repertoires, as well as through juxtaposing texts and articles from IR and Sociolinguistics and examining how they can enter into dialogue with each other. The course is designed for students interested in the everyday dimensions of phenomena such as surveillance, migration, borders and states of exception- who are interested in more rigorous ways to ground their analysis of quotidian practices.



* As aulas deste minicurso serão ministradas em inglês, sem tradução.


Emma Mc Cluskey é pós-doutoranda, pesquisadora associada e teaching fellow no Departamento de Estudos de Guerra, na King’s College London. Seus interesses de pesquisa incluem refugiados e migrantes na União Europeia, abordagens etnográficas aos Estudos Críticos de Segurança, relacionamento entre hospitalidade e segurança e a reformulação da Sociologia Política Internacional por linhas mais antropológicas. Atualmente, trabalha com um projeto com financiamento FP7 sobre o conceito de “Segurança Societária” na Europa.